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Vampiro - A Eternidade da Solidão, nasceu no Blog SM-Sem Mistério. Como nem todos gostam de ver Morceguinhos misturados com Fetiches, os blogs foram separados. Porém para quem é ligado em mais de um Fetiche, vai aqui o link direto para o SM Sem Mistério. Lembrando que trata-se de um espaço com conteúdo adulto (artigos fetichistas, filmes livros e trilhas sonoras pra baixar). Bom passeio virtual a todos.
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post 29
Manual Prático do Vampirismo (cont...)



L' Autrec Laboratoires

Completei meus estudos superiores em Barcelona com grande dificuldade, como uma grande parte dos estudantes de minha época. Não podia depender do apoio de meus pais pobres, numa família com 7 filhos. No entanto, felizmente sempre encontrei amigos na mesma situação e nos incentivamos uns aos outros. Minha formatura foi um momento de glória para todos e nela tomei vinho junto com meu pai. O vinho tinha sido até então um símbolo de nosso distanciamento. 'In vino veritas'. Depois de formado, fiquei num dilema enorme para escolher para onde ir trabalhar. O pai de um de meus colegas de escola, um certo Monsieur L'Autrec havia me convidade para trabalhar em sua rede de laboratórios recentemente montada em Toulouse. Eu me sentia dividido entre trabalhar em França ou em Gibraltar, que sempre me fascinou por ser um dedo mágico que suavemente toca o Continente Africano, sendo por isso mesmo um canal fantástico de energias trocadas entre civilizações milenares. Não gostaria nunca de voltar para minha cidade. Resolvi me estabelecer em Toulouse, com o risco de me aborrecer em pouco tempo com o fato de ser um estrangeiro que mal dominava o francês. As eternas especiarias de Giblaltar eu acabaria por conseguir no mercado local, provavelmente com uma atmosfera histórica menos intensa, mas com o risco do mercado pararelo. O futuro era para mim uma aventura.

A realidade se mostrou bastante mais rotineira do que os sonhos. A L' Autrec Laboratoires era uma empresa interessada em lucros, como qualquer empresa. Apesar da afetividade que me ligava à família dos proprietários, a mecanicidade do serviço não me atraía muito. Mas eu aprendia cada vez mais e foi grande o fascínio que passaram a exercer sobre mim as inúmeras publicações e relatórios que sempre chegavam de todos os lugares. Isso cheirava a progresso e progresso estava muito em moda/ Só mais tarde eu pude ir sentindo que havia qualquer coisa de profundamente errada naquele comportamento progressista. Eu entendia e lidava pouco com política, mas intuitivamente podia perceber que a qualidade de vida das pessoas não estava sendo melhorada em nada. E que quanto maior o esforço e verbas aparentemente bem empregadas em pesquisas e trabalhos científicos, progrediam apenas os índices de desnutrição e doenças degenerativas. Passei a não ver, inclusive, muito sentido no meu próprio trabalho. Ms. L' Autrec me confiou a chefia do laboratório de Hematologia de sua empresa, o que para um recém-formado podia ser um ótimo cargo. Mas pelo que pude observar no comportamento dos médicos, esses exames estavam contribuindo pouquíssimo na cura real das pessoas. Na verdade, mais tarde fui percebendo que a confiança nos laboratórios estava superando a confiança no próprio médico. Os médicos estavam se tornando incapazes de trabalhar sem os exames de laboratório. O grau de intuição de muitos que conheci tinha se reduzido a quase zero, a ponto de quando os exames não acusavam nada - o que é muito comum - eles ficarem sem saber o que fazer. Pude presenciar situações ridículas, onde o médico afirmava para o paciente que ele não tinha nada porque os exames não acusaram nada. E o paciente responder que tinha sim porque estava se sentindo muito mal, vomitando todo dia, incapaz de ficar de pé, etc. E mesmo assim anda continuei por alguns anos na L' Autrec Laboratoires, uma firma com centenas de vidrinhos e aparelhinhos capazes de definir o destino das pessoas muito mais do que seus próprios terapeutas ou elas próprias, mas sendo cegamente obedecida. E se tornando cada vez mais rica e poderosa para enganar-se à vontade, sem nenhum risco de punição, cercamento ou a menor advertência.

No entanto, talvez o sentimento de impotência com relação a uma situação tão deprimente onde eu era obrigado a chefiar um trabalho inútil e muito mal aproveitado em seus resultados me fez buscar então com muito mais cuidado outras soluções mais humanas para os problemas e sofrimentos humanos. Pude então pesquisar e aprender mais com o "grande Samuel Hahnemann" de que meu pai tanto falava. Paralelamente pude tomar contato com uma enorme quantidade de humanistas, pesquisadores e estudantes da Vida no Universo, que a tradição chama de Alquimistas e Ocultistas. Conheci muitas pessoas ligadas a essas tradições e confesso que nem todas eram boas e bem intencionadas. Mas isso acontece em todos os lugares. Nesse período meus pais vieram a falecer e eu fiquei cada vez mais afastado da minha terra natal e das plantas que tanto caracterizam a região dos Pirineus. Nunca fui um mago ou alquimista, mas o contato com seus documentos me foi muito enriquecedor. Através deles pude desenvolver de forma muito mais profunda minha visão da ciência em geral, principalmente da matemática. Gradativamente fui conseguindo uma independência cada vez maior do primeiro emprego e consegui montar uma farmácia modesta, onde passei a cultivar um círculo de amigos e clientes numa forma muito mais rica e humana. Fui então reduzindo meu período de trabalho na L'Autrec Laboratoires até poder ficar com a tarde e noite livres para minha farmácia e pesquisas individuais.



Um indício desconcertante

Certa manhã eu estava colocando documentos em ordem no L' Autrec Lab. Quando a gritaria de uma acalorada discussão na sala de atendimento ao público tornou meu trabalho impossível de ser realizado. Fui ver do que se tratava e encontrei uma jovem completamente descontrolada na abertura do guichê de atendimento, reclamava veementemente do tratamento que havia recebido da atendente. Segundo ela, a atendente jogara o dinheiro do troco sobre o balcão quando ela lhe estendera a mão, em vez de entrega-lo delicadamente. O tom de voz da cliente e o grau de tensão que ela transmitia em todo seu comportamento eram indicativos seguros de que ela levaria muito tempo para acalmar-se. Então convidei-a suavemente para entrar e sentar-se em meu escritório. Ela sentou-se e começou a chorar, reclamando ainda dos maus tratos recebidos. Ao sentar-se, no entanto, o exame que ela viera buscar caiu de suas mãos e eu delicadamente peguei-o no chão. Fiquei com medo de entrega-lo de volta e ela achar meu gesto "muito brusco" ou qualquer coisa parecida. Resolvi então sentar na minha mesa e esperar e esperar que a crise melhorasse. Fiquei olhando pateticamente para a folha de papel, tentando me distrair mentalmente para passar o tempo. Fui percorrendo com os olhos a relação de dados, tentando imaginar de quem seria o material colhido para aquele exame. Era um exame de sangue e trazia os seguintes resultados:

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